Parlendas


PARLENDAS e TRAVA-LÍNGUAS fazem parte das manifestações orais da cultura popular. São elementos do folclore brasileiro, assim como as lendas, os acalantos, as adivinhas e os contos. 


PARLENDA [ou parlanda ou parlenga] tem origem em "parolar", "parlar", que significam "falar muito", "tagarelar", "conversar bobagens", "conversar sem compromisso". Falatório, palavreado, declamação infantil. Em Portugal é chamada de "cantilena", "lengalenga", embora esses nomes também signifiquem “narração monótona, cantiga enfadonha, ladainha”. 


É um conjunto de palavras com pouco ou nenhum nexo e importância, de caráter lúdico, muito usadas em rimas infantis, em versos curtos, ritmo fácil, com a função de divertir, ajudar na memorização, compor uma brincadeira. Pode ser destinada à fixação de números, dias da semana, cores, dentre outros assuntos. 


Exemplos: 
 

"Jacaré foi ao mercado
não sabia o que comprar

comprou uma cadeirinha

para comadre se sentar

A comadre se sentou

A cadeira esborrachou
J
acaré chorou, chorou

O dinheiro que gastou"


"Dedo Mindinho 

Seu vizinho, 

Maior de todos 

Fura-bolos 
Cata-piolhos"


"Hoje é Domingo,
pede cachimbo

O cachimbo é de ouro,

Bate no touro,

O touro é valente,

Bate na gente,

A gente é fraco,

Cai no buraco,

O buraco é fundo,
acabou-se o mundo"


"Um, dois, feijão com arroz

Três, quatro, feijão no prato

Cinco, seis, falar inglês

Sete, oito, comer biscoito

Nove, dez, comer pastéis".



TRAVA-LÍNGUA é uma espécie de jogo verbal que consiste em dizer, com clareza e rapidez, versos ou frases com grande concentração de sílabas difíceis de
pronunciar, ou de sílabas formadas com os mesmos sons, mas em ordem diferente. É uma modalidade de parlenda.
Trata-se de uma brincadeira onde se pede que a pessoa repita uma dada seqüência, de forma rápida, várias vezes, para testar a "agilidade" da língua. Como isso costuma provocar dificuldade de dicção ou paralisia da língua ( = "trava-língua"), diverte e provoca disputa lúdica para saber quem se sai melhor nessa brincadeira.
Às vezes é quase impossível pronunciá-las sem tropeço.
O que motiva pessoas a repetir os trava-línguas, principalmente crianças, é o desafio de reproduzi-los sem errar, o que requer atenção, ritmo e agilidade orais. São usados também de forma técnica por atores, cantores e professores como exercícios de foniatria e impostação de voz .

TRAVA-LÍNGUAS CONHECIDOS: 
"Cinco bicas, cinco pipas, cinco bombas.
Tira da boca da bica, bota na boca da bomba. "



" Se a liga me ligasse, eu também ligava a liga .
Como a liga não me liga, eu também não ligo a liga."



"Sabia que a mãe do sabiá sabia que sabiá sabia assobiar?"



"Porco crespo, toco preto."



"Tacho sujo, chuchu chocho."

"Chega de cheiro de cera suja!"

"Norma nina o nenê de Neuza."

"A babá boba bebeu o leite do bebê."

"Um limão, dois limões, meio limão."

"Aranha, ararinha, ariranha, aranhinha."

"A fiadeira fia a farda do filho do feitor Felício."

"A chave do chefe Chaves, está no chaveiro."

"O Juca ajuda: encaixa a caixa, agacha, engraxa."

"A rua de paralelepípedo é toda paralelepipedada."

"A aranha arranha o jarro, o jarro a aranha arranha."

"Farofa feita com muita farinha fofa, faz uma fofoca feia."

"Minha mãe é de Jaguamimbaba, mas eu nasci em Jaguanambi."

"O caju do Juca e a jaca do cajá. O jacá da Juju e o caju do Cacá."

"O rei de Roma ruma a Madri. "

"O rato roeu o rabo da raposa."

"Rosa vai dizer à Rita que o rato roeu a roupa da rainha."

“Chuva e sol, casamento de espanhol.
Sol e chuva, casamento de viúva."

"Quando toca a retreta, na praça repleta,
se cala o trombone, se toca a trombeta."

"No vaso tinha uma aranha e uma rã. A
rã arranha a aranha. A aranha arranha a rã. "

"- Alô, o tatu taí? - Não, o tatu num tá. Mas a
mulher do tatu tando é o mesmo que o tatu tá."

"Tecelão tece o tecido, em sete sedas de Sião.
Tem sido a seda tecida, na sorte do tecelão."

"Tigelinha de água fria, que caiu da prateleira,
foi nos olhos de Maria, que chorou segunda-feira."

"Corrupaco, papaco, a mulher do macaco, ela pita,
ela fuma, ela toma tabaco, no sovaco do macaco."

"O doce perguntou ao doce, qual é o doce mais
doce e o doce respondeu ao doce, que o doce
mais doce, é o doce de batata-doce."

"O macaco foi à feira, não sabia o que comprar,
comprou uma cadeira, pra comadre se sentar. A cadeira
esborrachou, coitada da comadre, foi parar no corredor."

"Olha o sapo dentro do saco. O saco com o sapo dentro.
O sapo batendo papo. E o papo soltando o vento."

"Pia o pinto, a pia pinga.”

“O pinto pia, a pia pinga. Quanto mais
o pinto pia, mais a pia pinga”.

"A pia perto do pinto, o pinto perto da pia,
tanto mais a pia pinga, mais o pio pinta."

" A pia pinga, o pinto pia, pinga a pia, pia o pinto,
o pinto perto da pia, a pia perto do pinto."

"Atrás da pia tem um prato, um pinto e um gato.
Pinga a pia, apara o prato, pia o pinto e mia o gato"

"Tem uma tatu-peba, com sete tatu-pebinha. Quem
destatupebá ela, bom destatupebador será. "

"No cume daquele morro, tem uma cobra enrodilhada.
Quem a cobra desenrodilhá, bom desenrodilhadô será."

“No morro chato, tem uma moça chata, com um tacho chato,
no chato da cabeça. Moça chata, esse tacho chato é seu?”

“Um ninho de carrapatos, cheio de carrapatinhos,
qual o bom carrapateador, que o descarrapateará?”

"Um ninho de mafagafos, com sete mafagafinhos.
Quem os desmafagafizer, bom desmafagafizador será."

"Um ninho de mafagafa, com sete mafaguifinhos.
Quem desmafagaguifá ela, bom desmafagaguifador será. "

"O Papa papa o papo do pato"

"A batina do padre Pedro é preta."

"É preto o prato do pato preto."

"O Pedro pregou um prego na pedra."

"Pedro pregou um prego na porta preta."

"O padre pouca capa tem, pouca capa compra."

"O peito do pé do pai do padre Pedro é preto."

" Pedro tem o peito preto. Preto é o peito de Pedro.
Quem disser que o peito de Pedro não é preto,
tem o peito mais preto que o peito de Pedro."

"Paulo Pereira Pinto Peixoto, pobre pintor português,
pinta perfeitamente, portas, paredes e pias,
por parco preço, patrão."
"Casa suja, chão sujo"

"Três pratos de trigo para três tigres tristes."

“Bagre branco, branco bagre.”

"Enquanto Orsine bala dava, o sino badalava."

"Quem a paca cara compra, caro a paca pagará"



Fonte: http://www.santacruzdegoias.net/home/index.php/patrimonio-imaterial/parlenda.html