Certa vez uma cozinheira, em Gampo Abbey, estava se sentindo muito infeliz. Como muitos de nós, ela alimentava sua melancolia com suas ações e pensamentos. Hora a hora seu humor ficava mais pesado. Ela decidiu tentar arejar suas emoções, que cresciam, fazendo biscoito de chocolate. No entanto, seu plano saiu pela culatra - ela os queimou todos. Nesse ponto, em vez de jogar os biscoitos queimados no lixo, ela os colocou no bolso e saiu para um passeio. Ela andou pela estrada de terra, com a cabeça baixa e a mente queimando de ressentimento. Ela dizia para si mesma: E então, onde estão toda a beleza e magia das quais sempre ouço falar? Naquele momento ela levantou o olhar. Lá, andando em sua direção, vinha uma pequena raposa. Sua mente parou, ela prendeu a respiração e observou. A raposa sentou-se bem em frente dela, olhando-a com expectativa. Ela enfiou a mão no bolso e tirou alguns biscoitos. A raposa os comeu e, devagar, foi embora. Ela contou esta história para todos, na abadia, dizendo: "Hoje eu aprendi que a vida é muito preciosa. Mesmo quando estamos determinados a bloquear a mágica, ela atravessará e nos despertará. Aquela pequena raposa me ensinou que não importa o quão fechados estamos, sempre podemos olhar para fora de nosso casulo e nos conectar com a alegria".
(Pema Chödrön, em Os lugares que nos assustam, pg. 80)
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